29.6.07

Projeto quer cidadão protegendo ambiente

A população reclama dos bueiros entupidos, da poluição dos córregos e ribeirões que cortam a Cidade e da sujeira das ruas sem muitas vezes se dar conta de que pequenas ações cotidianas são capazes de gerar grandes problemas ambientais. O projeto AcquaMetropole, idealizado por um conjunto de órgãos ligados ao meio ambiente e que será lançado hoje à noite no Teatro Filadélfia, tem como objetivo colocar todo cidadão na posição de agente na solução dos problemas ambientais.

“A água é a grande motivação que a gente tem para mudar as cabeças. Vamos levantar questões como a impermeabilização do solo, lavagem de calçadas e construção de muretas ao redor das árvores”, disse o assessor de Recursos Hídricos da Secretaria Municipal do Ambiente, João Batista de Souza, um dos idealizadores do AcquaMetropole. “A população precisa entender a relação direta que há entre as atitudes dele, como jogar uma bituca de cigarro na rua, e a degradação ambiental.”

Além de Souza, são idealizadores do projeto a promotora do Meio Ambiente, Solange Vicentin, e o assessor técnico da Coordenadoria da Região Metropolitana de Londrina, Luiz Figueira de Mello. O AcquaMetropole conta ainda com o apoio do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Consemma) e das ONGs Patrulha das Águas e Meio Ambiente Equilibrado (MAE).

O projeto planeja ações envolvendo toda a Bacia do Cambé-Limoeiro, mas inicialmente o trabalho será feito na microbacia do Água Fresca, que compreende 60 vias no quadrilátero formado pelas avenidas Maringá, Tiradentes e Higienópolis e Rua Joaquim de Matos Barreto. Nessa bacia, estão incluídas ruas de grande densidade populacional, como Belo Horizonte, Santos e Paranaguá. Esta última foi escolhida para ser a “Rua-Escola”, onde serão implantados projetos de excelência no controle urbano da poluição. “Na microbacia do Água Fresca, o projeto vai funcionar como um piloto. A área é ideal porque não tem problemas, como as invasões. Vamos começar a analisar os pontos que merecem atenção”, disse o presidente do Consemma, Fernando Barros.

No alvo do projeto também estão 50 grandes empresas instaladas na microbacia, que serão convidadas a fazerem adequações para reduzir o impacto ambiental.

“Pessoas dispostas a colaborar”

O presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Consemma), Fernando Barros, ressaltou que o projeto AcquaMetropole não irá obrigar nenhum cidadão a realizar ações, mas vai mostrar à população que existem leis que, se forem obedecidas, podem tornar a Cidade melhor do ponto de vista ambiental. “Após o relatório da ONU [Organização das Nações Unidas] sobre o aquecimento global, as pessoas ficaram mais preocupadas com a questão ambiental e dispostas a colaborar”, analisou Barros. “Às vezes, as pessoas não sabem que estão errando por desconhecimento do que é certo.”

Para o assessor técnico da Coordenadoria da Região Metropolitana de Londrina (RML), Luiz Figueira de Mello, um dos aspectos mais importantes do projeto é a promoção da integração entre poder público, ONGs, Ministério Público e comunidade. “O projeto está fundamentado numa ação educacional de ganhar o cidadão. O papel da RML é articular ações e criar condições favoráveis para o desenvolvimento dessas ações.”

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