15.5.07

Trecho da Goiás terá “bueiros ecológicos”

Trecho da Goiás terá “bueiros ecológicos”

por MARCELO FRAZÃO
O Ministério Público e o Conselho Municipal do Meio Ambiente (Consemma) obtiveram da Prefeitura resposta positiva para estudar e instalar na Rua Goiás, que está em duplicação, bocas-de-lobo (bueiros) de escoamento sustentável das águas da chuva. A idéia é construir bueiros ecologicamente corretos, diferentes dos atuais, com a função de reter o lixo jogado nas ruas pela população antes que chegue ao Córrego Água Fresca, afluente do Lago Igapó. A cada chuva ou simples lavagem de calçada ou carro nas vias, o lixo da população viaja subterrâneo pelas galerias até o córrego, situação já demonstrada pelo JL e que ocorre nos 84 córregos da área urbana. Na tarde de ontem, o MP conseguiu o aval de engenheiros da Secretaria de Obras para criar um grupo que proponha novos modelos de bueiros nas ruas. O trecho tem de 20 a 30 bocas-de-lobo ligadas a galerias de águas, que conectam com as ruas ao Córrego Água Fresca. “É um fato histórico”, comemorou o ambientalista João Batista de Souza, assessor de recursos hídricos da Prefeitura. “Geralmente o que interessa numa obra é o custo financeiro e a drenagem tornou-se um sistema que transforma os nossos rios e lagos em verdadeiras lixeiras a céu aberto após as chuvas”. Os novos modelos a serem propostos devem ter comprimento maior – de até 3 metros - com uma grade que possa ser aberta, onde uma espécie de lixeira interna possibilitaria a passagem apenas da água, bloqueando o lixo sem entupimento. O novo modelo obrigará a limpeza constante do sistema. As novas bocas-de-lobo começam pela região que receberá o projeto Bacia-Escola Água Fresca, uma série de medidas do Ministério Público, ONGs ambientais, Consemma e Prefeitura, propostas aos moradores, para estancar o ciclo de degradação ambiental da cidade. “É a retenção da poluição na origem. Assim grande parte dos resíduos, como brita, areia, dejetos, deixará de ir diretamente para o rio”. As saídas das galerias no córrego também serão estudadas.“A poluição dos rios pelas águas pluviais é tão grave quanto a do esgoto. Nós engenheiros temos que mudar a nossa forma de pensar. Sou engenheiro e não dá mais para aprender na faculdade ou fazer bocas-de-lobo como há 30, 40 anos. É arcaico demais”, afirma o presidente do Consemma, engenheiro Fernando Barros. “A iniciativa vai nos permitir rios mais limpos e com melhor qualidade”, ressaltou a promotora Solange Vicentin. Fale com o repórter

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